Honolulu Star Bulletin - Defesa Civil de Gaza reporta 24 mortos em ataques de Israel após Hamas recusar plano de trégua

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Defesa Civil de Gaza reporta 24 mortos em ataques de Israel após Hamas recusar plano de trégua
Defesa Civil de Gaza reporta 24 mortos em ataques de Israel após Hamas recusar plano de trégua / foto: BASHAR TALEB - AFP

Defesa Civil de Gaza reporta 24 mortos em ataques de Israel após Hamas recusar plano de trégua

A Defesa Civil da Faixa de Gaza relatou 24 mortes nesta sexta-feira (18), incluindo 10 membros de uma mesma família, em bombardeios israelenses lançados depois que o Hamas rejeitou a mais recente proposta de trégua de Israel.

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O negociador-chefe do Hamas, Khalil al-Hayya, disse na quinta-feira que o movimento islamista não aceitará um acordo de trégua "parcial" proposto por Israel e afirmou que quer um pacto abrangente.

O porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Basal, disse, nesta manhã, que os socorristas encontraram "os corpos de 10 mártires e vários feridos na casa da família Baraka e em casas vizinhas" após os bombardeios israelenses em Khan Yunis, no sul de Gaza.

A Defesa Civil informou que outras 14 pessoas morreram em bombardeios em diferentes pontos do estreito território palestino, governado pelo Hamas.

O Exército israelense intensificou seus bombardeios e expandiu as operações terrestres ao longo da faixa costeira após romper, em meados de março, com uma trégua de quase dois meses com o Hamas.

Uma fonte do grupo islamista disse à AFP que o movimento enviou, na quinta-feira, uma resposta aos mediadores sobre uma proposta israelense de cessar-fogo de 45 dias. Israel queria a libertação de dez reféns vivos como parte deste acordo, segundo o movimento islamista.

Um funcionário do Hamas afirmou que o plano também previa o desarmamento do grupo para garantir o fim da guerra, uma "linha vermelha inegociável" para o movimento.

Pelo menos 1.691 pessoas morreram em Gaza desde que Israel retomou sua ofensiva, elevando o número total de mortos desde o início da guerra neste território para 51.065, de acordo com dados das autoridades de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

O conflito eclodiu depois que o Hamas lançou um ataque surpresa em Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.218 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

- "Não há comida" -

O negociador-chefe do Hamas também pediu maior pressão internacional para pôr fim ao cerco total que Israel impõe a Gaza desde 2 de março, o que, segundo a ONU, agravou a escassez de medicamentos e suprimentos para seus aproximadamente 2,4 milhões de habitantes.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) alertou esta semana que Gaza enfrenta sua pior crise humanitária desde o início do conflito e que o território não recebe suprimentos há um mês e meio.

Abdel Halim Qanan, um pescador, relatou à AFP que sua família se viu obrigada a comer carne de tartaruga.

"Não há comida. Então esta é uma alternativa a outras fontes de proteína", disse ele.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou na quarta-feira que seu país continuará bloqueando a entrada de ajuda para pressionar o Hamas.

O Exército israelense estabeleceu três corredores militarizados em Gaza, que dividem o território e forçam milhares de palestinos a fugir de suas casas.

Cálculos da AFP, baseados em mapas publicados pelos militares, mostram que a área total sob controle israelense chega a mais de 185 quilômetros quadrados, o equivalente a cerca de 50% do território.

M.Akona--HStB